sábado, 11 de outubro de 2008

O que foi que eu vi em ti?!? Porque entraste na minha vida!?

Eu interessei me por alguém que, em princípio, não tem nada a ver comigo. Alimenta crenças diferentes das minhas. Tem gostos pouco parecidos com os meus. E uma maneira de viver a vida completamente adversa a tudo o que eu pratiquei até agora.

Não estou falar de valores de base, tais como honestidade, carácter, ética e bom-senso. Estou a falar de dinâmica, de modos de interpretar as circunstâncias, o presente e o “futuro”.

Pois bem! Ainda assim, as diferenças continuam, aparentemente, imensas. Como se entre eu e ele houvesse um abismo que impossibilitaria qualquer aproximação. No entanto não há uma ruptura definitiva na amizade. Muito bem! Das duas, uma: ou nós somos realmente muito diferentes e este encontro traz uma grande e importante lição, a fim de que eu aprender que além das minhas verdades, existem outras e que podem ser válidas, e assim vale citar a frase de Saint Exupéry:

“Aquele que é diferente de mim não me empobrece: me enriquece”.

Ou... então não somos assim tão diferentes quanto parece. Muitas vezes, consideramos como diferenças o que, na verdade, são características complementares. Sendo assim, este “encontro” traz uma grande luz, a fim de que eu perceba um interessante facto sobre mim: nem tudo aquilo em que eu acho que acredito, eu realmente já acredito!

Confuso? Nem tanto! O que estou a escrever é que muitas vezes a gente vai engolindo crenças que não são nossas. Alguém nos disse que as relações tinham de ser de determinada maneira e a gente simplesmente acreditou, engoliu como sendo o "certo".

Acontece que, ao longo da vida, inevitavelmente vamos construindo nossas próprias crenças sobre tudo, especialmente sobre o amor, e se não estivermos atentos ao que já havíamos engolido, algumas verdades internas tornam se contraditórias; e o problema é que elas actuam concomitantemente sobre nossos pensamentos, sentimentos e nossas escolhas.

Resultado: eu acredito que desejo relacionar me com um determinado tipo de pessoa e invisto todo o meu discurso nesta crença. Porém, todavia, no entanto... quando menos espero lá estou, sentindo me atraída por uma pessoa muito diferente.

Se isto esta á acontecer comigo, posso parar de sentir me tão inadequada. Em vez de rebelar contra a mim mesmo, considerar me parvinha ou maluca, aproveito a oportunidade. Reflicto: que sentimentos esta relação desperta em mim? Como lido eu com estes sentimentos? Até quando aceito e/ou acolheu estas contradições que por vezes tanto me perturbam? Fico com estas questões e procuro manter me alerta, tanto quanto conseguir. Observo a outra pessoa. O que ele tem para me ensinar? Observo me a mim, também! O que tenho que a aprender com isto tudo? Quanto posso crescer com estas diferenças? Quanto posso tornar me melhor ao permitir me experimentar o “novo”?

Sei que nada é definitivo. Nada é para sempre. Talvez, possa descobrir uma nova verdade escondida em algum lugar dentro de mim... e reafirmar que bem mais enriquecedor do que impor o que me parece certo é deixar a vida mostrar me que todos nós – invariavelmente – somos diferentes!

E com mais este aula na “escola da vida” eu posso crescer mais um pouco, depois de um encontro em que o grande objectivo é dar o meu melhor no intuito de ser e fazer feliz, independentemente de julgamentos que, em última instancia, não acrescentam nada!

Mil beijos com carinho...

(RS fiz das tuas perguntas minhas, e respondi aos dois!)

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