sábado, 27 de setembro de 2008

VIVER NÃO DÓI

Acredito que a vida é simples, eu por vezes é que a complico.

A minha dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Ilusões fabricadas na minha alma muitas vezes com a plena consciência que não tenho a maturidade mental nem a inteligência emocional para atingir os limites tão altos impostos a mim própria.

Por que sofro tanto por em nome do amor?

O correcto seria não sofrer, mas apenas agradecer por ter conhecido uma excelente pessoa, que gerou em mim um sentimento intenso e que me fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz, o tempo suficiente para uma nova aprendizagem.

Então por que tenho momentos em que sinto que estou a sofrer?

Porque automaticamente esqueço o que foi desfrutado e passo os meus pensamentos para projecções não realizadas, por todas as coisas que gostaria de ter feito com ou ao lado dessa pessoa, desse amor, e não o fixe, por todos os momentos que gostaria de ter compartilhado e não compartilha, as palavras que pensei em verbalizar e não as falei, e as que falei não as diz com amor mas sim com o meu ego em alto, com meu egoísmo, sem tentar entender a outra parte.

Não sofro porque o meu trabalho é desgastante e menos bem pago, MAS sim por todas as horas livres que deixo de ter para estar com o meu filhote, ir ao cinema, para conversar com um amigo, ir a praia, e por vezes até para namorar.

Não sofro porque são impacientes comigo, MAS por todos os momentos em que poderia estar a confidenciar com uma amiga (o) as minhas mais profundas angústias se ela (e) estivessem interessados em me compreender.

Não sofro porque o meu tempo se perdeu, MAS pela euforia sufocada.

Não sofro porque estou a envelhecer, MAS porque estou a deixar que me confiscam o futuro, assim impedindo me que mil aventuras me aconteçam, todas aquelas com as quais sonhei e se eu assim permitir nunca chegarei a experimentar.

Como aliviar a dor do que não vivi?
A resposta é simples como um verso: Iludindo me menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que esquivando-se do sofrimento, perdes também a felicidade...

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional!